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Ecos das Mil Colinas

30 Anos de Memória e Reconciliação no Ruanda

Em 1994, o mundo assistiu, horrorizado e incrédulo, a um dos genocídios mais devastadores da história moderna. Em apenas 100 dias, cerca de 800 mil a 1 milhão de pessoas, na sua maioria da etnia Tutsi, foram brutalmente assassinadas, numa onda de violência e ódio indescritíveis. O Ruanda, o país das mil colinas, transformou-se num palco de terror absoluto entre Abril e Julho daquele ano. Trinta anos depois, voltamos a este território ferido para ouvir os ecos das vozes daqueles que sobreviveram a essa brutalidade sem precedentes.
 

Falamos com mães que perderam os seus filhos, esposas que viram os seus maridos serem massacrados, e crianças que ficaram órfãs, forçadas a amadurecer num mundo de desolação. Entre os testemunhos, encontramos também a confissão amarga de um dos agressores Hutu, que, apesar dos atos atrozes que admite ter cometido, conseguiu obter perdão. Todos, sem exceção, lidam com cicatrizes profundas e memórias angustiantes que continuam a assombrá-los.
 

O trauma do genocídio é uma sombra que não se desvanece, uma dor que pulsa na memória de cada um dos que perderam alguém querido. As imagens de horror são como fantasmas persistentes, sempre à espreita, invadindo os momentos de silêncio e paz. Este é um regresso ao Ruanda, não apenas para recordar, mas para sentir na pele a intensidade de uma dor que nunca desaparecerá por completo.

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A distinção entre Hutus e Tutsis remonta à era colonial, quando os colonizadores belgas favoreceram os Tutsis em posições de poder, criando ressentimentos profundos entre os Hutus que eram em maior número, mas ainda assim foram decretados agricultores, enquanto os Tutsis seriam transformados em elites, vincando as diferenças étnicas entre eles. Apesar de ocuparem posições socioeconómicas diferentes, essa categorização entre etnias ficou profundamente enraizada na sociedade ruandesa, que, em 1935, foi institucionalizada com a criação de bilhetes de identidade étnica.   

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Desde os anos 60, principalmente nas zonas mais rurais do Ruanda e na zona sul do país, essa distinção desencadeou uma revolta por parte dos Hutus, havendo mesmo relatos de vários assassinatos e perseguições aos Tutsis naquela altura. Estes eventos tornaram-se comuns para muitos e, com a crise económica e política na década de 1990, seguida pela guerra civil entre o governo dominado pelos Hutus e o grupo rebelde Tutsi, a Frente Patriótica Ruandesa (FPR), culminaram num evento crucial: o assassinato do presidente Juvénal Habyarimana, um Hutu, cujo avião foi abatido a 6 de Abril de 1994. Esse ataque foi usado como pretexto para iniciar os massacres, meticulosamente planeados, dando início a um dos genocídios mais devastadores da história moderna.

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Na manhã de 7 de Abril, horas após o assassinato do antigo presidente, os ataques coordenados contra Tutsis e Hutus moderados começaram imediatamente. Houve quem começasse logo a ser perseguido, atacado ou morto, após os seus nomes e os dos seus familiares serem ouvidos na Rádio Télévision Libre des Mille Collines, que desempenhou o papel propagandista, de promover e incentivar ao ódio e à violência contra os Tutsis, chegando mesmo a chamá-los de “baratas”. 

 

Ao acordar, a maioria ainda não sabia que as suas vidas iam mudar para sempre, passando horas, dias e meses de terror, como foi o caso de Mukansanga Veneranda, que tinha 36 anos na altura. Veneranda, como muitas Tutsis, acabou por perder o seu marido, o seu filho de dois anos, e foi violada durante dois dias quando pensava que ia ser salva pelos soldados. “A minha irmã e a minha sobrinha de 16 anos morreram com SIDA, após termos sido violadas durante dois dias. Eu engravidei em vez de contrair SIDA. Eu preferia também ter morrido do que ter este filho. Um filho de um assassino.” As organizações de Direitos Humanos estimam que entre 250 000 e 500 000 mulheres foram violadas durante o genocídio.

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Os massacres intensos que ocorreram nos primeiros dias em todo o país, de norte a sul, onde comunidades inteiras foram dizimadas, levaram a um sentimento de medo entre todos os Tutsis, mesmo nos momentos mais calmos. “O que alimentava o nosso medo era quando estava... calmo. Quanto mais calmo estava, mais assustador era. O silêncio assustava-nos.”, diz François-Xavier Ngarambe, sobrevivente que se encontrava numa escola, onde dava aulas, em Kigali, na altura do início dos massacres, e onde foram assassinadas cerca de 100 pessoas, dias antes de ele conseguir embarcar num avião para a Bélgica. “Escolheram as suas vítimas, alguns foram mortos à direita, à esquerda, em cima das camas, por debaixo das camas, foram baleados, cortados com catanas.”

Depois do massacre, ficou, para sempre, o impacto mental. Traumas profundos e devastadores como conta Kalisa Gilbert, que tinha apenas 8 anos quando perdeu toda a sua família, ficando órfão. Atualmente continua a sofrer com medo e profundamente perturbado. “Não consegui saber exactamente o que aconteceu, não sei o que aconteceu aos meus irmãos. Mas sei onde morreram. Não conseguia distingui-los.”

 

Não interessava se era homem, mulher, idoso ou criança. Se fosse Tutsi, os Hutus assassinavam. Estima-se que cerca de 800 000 a 1 milhão de pessoas foram mortas em apenas 100 dias e das formas mais horríveis que se possa imaginar. Tiros, facadas, espancamentos, incêndios. O que importava era “Cortar as árvores altas”, uma metáfora para matar Tutsis que só diziam: “Temos de fazer o que for preciso para sobreviver”.

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Estima-se que aproximadamente 95.000 crianças ficaram órfãs devido à violência e aos massacres e que ocorreram. Ndagijimana François perdeu toda a sua família quando tinha apenas 11 anos. “Eu próprio vi o meu pai a ser morto enquanto eu estava sentado no colo dele. Espancaram-no com bastões cheios de pregos. Espancaram-no até à morte.” Para além das marcas emocionais que sofreu na altura por ver o pai a ser assassinado, conseguiu fugir para a floresta onde foi apanhado por um grupo de Hutus que o deixaram com marcas físicas para o resto da vida ao atacarem-no com catanas. Ainda hoje diz não saber como sobreviveu. 

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Durante o genocídio, ocorreram vários massacres, principalmente em locais onde as pessoas pensavam que estavam a salvo. Locais para muitos, sagrados. As igrejas, escolas e outros locais que deveriam ser santuários de segurança tornaram-se verdadeiros campos de morte. François-Xavier diz que o sentimento de medo e de desespero levou milhares de ruandeses a refugiarem-se nas suas crenças, “Diante do medo, estamos à mercê de Deus”.

Grande parte dos grandes massacres aconteceram nesses locais. “A maioria das pessoas que morreram no genocídio morreram nas igrejas. Porquê? Porque pensávamos que não havia outro lugar seguro além da casa de Deus. Pensávamos que ninguém se atrevia a entrar numa igreja”. Enganava-se, Ndagijimana François, a igreja transformou-se num campo de morte.

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Um dos muitos exemplos é a Igreja de Nyamata, que atualmente, como a maioria das igrejas onde ocorreram massacres, serve de memorial como local de educação e reflexão, mantendo viva a memória das vítimas, sendo possível ver ainda roupas de alguns dos milhares de Tutsis que lá tentaram encontrar refúgio, mas foram assassinados pelos milicianos Interahamwe, e soldados do governo. Estima-se que só naquela igreja, cerca de 10 000 Tutsis perderam as suas vidas.

 

Em março de 2017, mais de 20 anos depois, a Igreja Católica do Ruanda pediu desculpas publicamente pelo papel de alguns dos seus membros no genocídio. O Vaticano, inicialmente, hesitante em assumir responsabilidades diretas, acabou por reconhecer no mesmo ano o envolvimento de membros da igreja no genocídio.

 

A transformação de igrejas em locais de massacres no Ruanda sublinha a complexidade da relação entre fé, poder e violência. A falha das igrejas em proteger os vulneráveis, juntamente com a participação activa de alguns líderes religiosos nos crimes, questionou o papel moral e espiritual da instituição.

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No sul do Ruanda, na Escola Técnica de Murambi, cerca de 65.000 Tutsis refugiaram-se, guiados por promessas de proteção do governo. No entanto, no dia 21 de Abril, as forças governamentais e soldados milicianos Interahamwe cercaram a escola e levaram a cabo um massacre que durou várias horas. Os atacantes usaram catanas, lanças, granadas e armas de fogo para matar todos os Tutsis lá reunidos. Estima-se que entre 40.000 a 50.000 pessoas tenham sido mortas naquele dia. Os corpos foram deixados a apodrecer no local e expostos por semanas, criando uma cena de horror e desespero.

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Mais a oeste, junto ao Lago Kivu, com vista para o Congo, milhares de Tutsis refugiaram-se nas colinas de Bisesero. Ao contrário de muitas outras áreas, os Tutsis de Bisesero organizaram uma defesa corajosa contra os ataques das milícias Interahamwe e das forças governamentais. Armados com pedras, paus e das poucas armas que tinham, conseguiram resistir por várias semanas, enfrentando ataques incessantes.

Entre Maio e Junho de 1994, os ataques tornaram-se cada vez mais violentos e sistemáticos. Estima-se que cerca de 50.000 Tutsis tenham sido assassinados nas colinas de Bisesero nesse período. “Diziam que não havia misericórdia para o inimigo”, relata um dos sobreviventes, Ndoli Charles, de 69 anos, contando cenas de extrema brutalidade, onde os atacantes utilizavam catanas, lanças, granadas, bastões com pregos e armas de fogo, para massacrar indiscriminadamente homens, mulheres e crianças. Depois deste episódio Ndoli Charles ficou sozinho; a mulher e os filhos estavam entre os mortos.

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A comunidade internacional, especialmente os EUA e a França, hesitaram em reconhecer a gravidade da situação e em classificar os eventos como genocídio, o que resultou numa resposta tardia, uma vez que a Convenção sobre Genocídio de 1948 obriga os países signatários a intervirem para a prevenção e punição e do genocídio. A relutância em usar o termo genocídio foi, em parte, uma estratégia para evitar essa obrigação legal. Muitos países não reconheceram publicamente o genocídio de imediato, devido a interesses políticos e burocráticos, à falta de informações detalhadas e, sobretudo, ao perigo político de um envolvimento.


Vários meses depois do massacre, em Junho de 1994, os franceses decidiram lançar a “Operação Turquoise”, uma intervenção militar com o objetivo de estabelecer uma zona segura no sudoeste do Ruanda. Os esforços, porém,  foram em vão. Os Tutsis continuavam a ser dizimados. “A França teve um grande papel na morte de muitas pessoas”, diz Ndoli Charles, que conseguiu encontrar-se com as tropas francesas e implorar por ajuda. Os sobreviventes relataram os massacres e pediram proteção. As tropas francesas prometeram retornar em três dias para resgatá-los, mas nunca cumpriram essa promessa. “Eles não fizeram nada em Bisesero”. Durante os dias seguintes, os ataques contra os Tutsis continuaram sem interrupção e muitos dos perpetradores do genocídio escaparam para o Zaire, a atual República Democrática do Congo.

A operação foi vista como uma tentativa da França para manter a sua influência na região e proteger os seus aliados Hutus, em vez de impedir o genocídio.

 

Apenas em 2019, o presidente francês Emmanuel Macron reconheceu que a França teve uma "falha significativa de avaliação" durante o genocídio no Ruanda, admitindo erros graves de avaliação política e um apoio excessivo ao governo Hutu. A França abriu investigações judiciais sobre o papel de altos funcionários militares e políticos na época do genocídio, enquanto a Bélgica, só em 2021, mais de 27 anos depois, reconheceu oficialmente as suas responsabilidades e pediu desculpas pelo seu papel no genocídio. 

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Após o genocídio, o Tribunal Penal Internacional para o Ruanda (TPIR) foi estabelecido em Arusha, na Tanzânia, para julgar os principais responsáveis. No entanto, devido ao excesso de casos que ficaram por julgar, o novo governo do Ruanda decidiu implementar os tribunais Gacaca, um sistema de justiça comunitária para julgar os crimes de genocídio. Estes tribunais processaram mais de 1,2 milhões de casos, ajudando a promover a reconciliação entre as comunidades afetadas.

Os tribunais Gacaca eram compostos por anciãos e líderes comunitários eleitos localmente. Eles conduziam julgamentos abertos ao público, onde testemunhas e vítimas podiam apresentar os seus relatos. O objetivo era a participação da comunidade na busca pela verdade.

 

Embora tenham enfrentado várias críticas pela qualidade dos julgamentos, proteção de testemunhas e capacidade desta justiça poder garantir direitos de defesa adequados, estes tribunais do povo tiveram um papel crucial no processo de reconciliação, de acordo com os Ruandeses. “Se não fosse o Gacaca, não haveria unidade e reconciliação. Poderiam não ter ocorrido da mesma forma.”, diz Ines Eugenie que perdeu toda a sua família no genocídio de 1994

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O processo de unidade e reconciliação, muito apoiado pelo presidente Paul Kagame, foi extremamente importante no pós-genocídio para que  todos pudessem seguir em frente, numa altura em que o país se encontrava fragilizado e principalmente traumatizado. O perdão entre vítimas e os atacantes foi "importante e trouxe-nos paz", confessa Bucyana Innocent, antigo Hutu, e responsável por mandar matar vários Tutsis, entre eles os pais de François-Xavier Ngarambe. Nos 12 anos em que esteve preso, e após escrever várias cartas a pedir perdão ao governo do Ruanda e ao povo ruandês, pelos seus atos, em 2019, obteve o perdão de François-Xavier, e agora ambos são um exemplo do processo de unidade e reconciliação do país. 

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Mas nem todos são da mesma opinião. Para Ndagijimana François, que continua a perguntar-se o que terá acontecido ao corpo da sua mãe depois de ter sido morta na estrada. “Como terá sido o seu fim? Será que um cão veio durante a noite e levou o seu corpo? Uma hiena chegou e mordeu-lhe a perna, mordeu-lhe a coxa? Comeu a carne e foi-se embora? Os abutres vieram e comeram-lhe os olhos e foram-se embora?”. Relembra com tristeza que as pessoas que mataram eram antes as mesmas com quem casavam, a quem davam as terras para cultivar e que ajudavam diariamente. Passados 30 anos, ainda de pergunta que humanidade terão essas pessoas e como pode o povo ruandês sentir paz e viver como se nada tivesse acontecido. 

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Com a tomada de Kigali pela FPR, o genocídio terminou oficialmente em julho de 1994, mas o país ficou devastado, com centenas de milhares de corpos espalhados e a infraestrutura em ruínas. “Encontrámos o país num estado de decomposição com corpos espalhados pelas colinas. Todo o lugar cheirava terrivelmente mal, com cadáveres por toda a parte. Víamos corpos a serem comidos por cães.”, diz Kalisa Gilbert, que não consegue esquecer o que viu quando voltou a entrar no Ruanda. 

 

A reintegração foi difícil devido à desconfiança e ao medo, com os sobreviventes a enfrentarem enormes dificuldades emocionais e psicológicas, lidando com traumas profundos, perda de familiares, amigos, e memórias horríveis. Ainda hoje se sentem os traumas e “Não podes esquecer”, confessa Kalisa, passados 30 anos, a ver essas imagens na sua mente.

Após o genocídio, o Zaire (República Democrática do Congo) acolheu muitos refugiados Hutus, incluindo os autores do genocídio, os Interahamwe.

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Enquanto a maioria dos ruandeses tentava seguir com as suas vidas, em 1996, pensando que o genocídio tinha acabado e o país se encontrava em paz, Hutus no Zaire tentaram reentrar no sudoeste do Ruanda dizendo que "cada sobrevivente devia morrer e começaram a matar novamente”, conta Ndoli Charles enquanto mostra as cicatrizes dos 9 tiros com que foi atingido naquele ano. Estas marcas feitas apenas dois anos depois do genocídio trazem-lhe à memória o drama do massacre onde perdeu toda a família. “Sobrevivi duas vezes”.

Desde o genocídio, Ndoli e outras centenas de milhares de ruandeses não conseguem deixar de ter pesadelos e de reviver todos os acontecimentos daquele período. “Não consigo passar uma semana, sem sonhar que estou em guerra”.

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Paul Kagame, líder da Frente Patriótica Ruandesa, desempenhou um papel crucial no fim do genocídio. Nascido em 1957, Kagame cresceu no Uganda como refugiado e juntou-se ao movimento de guerrilha que derrubou o regime de Idi Amin. Em 1990, liderou a invasão do Ruanda pela FPR, e em 1994, os rebeldes conseguiram pôr fim ao genocídio ao capturar Kigali. Desde então, Kagame tem sido uma figura central na política ruandesa, sendo eleito no passado mês de Julho, presidente pelo seu quarto mandato consecutivo com 99% dos votos.

 

O agora presidente é visto como um pacificador capaz de trazer estabilidade e crescimento económico ao Ruanda, bem como por implementar políticas de reconciliação nacional. No entanto, mesmo que o seu governo também enfrente críticas por repressão política e restrições à liberdade de expressão, continua a ser um “Deus”, um “Herói”, um “Salvador” e por vezes “Um pai” como referem a maioria dos ruandeses.

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Após o genocídio de 1994, o governo ruandês, pela voz do presidente da república, Paul Kagame, “um herói e um pai” para a maioria dos sobreviventes, implementou políticas para promover a reconciliação e a unidade nacional, evitando os contrastes étnicos. Programas educacionais e sociais foram projectados para mitigar as divisões étnicas e promover a identidade nacional. Atualmente, o trauma ainda é visível nos ruandeses, e pode demorar anos ou até décadas a sarar. O processo de reconciliação é lento, mas o Ruanda orgulha-se de ser uma nação onde a identidade étnica não é promovida oficialmente. No entanto, essas castas ainda podem persistir nalgumas comunidades, apesar dos esforços governamentais para promover a coesão e a reconciliação.

A recuperação e reconstrução do Ruanda são testemunhos da resiliência e determinação do seu povo, mas também lembram a necessidade contínua de vigilância, justiça e educação para garantir que tais horrores nunca mais se repitam.

O genocídio no Ruanda deveria ter servido como um alerta para a comunidade internacional, destacando a necessidade de uma resposta rápida e decisiva às crises humanitárias. No entanto, a repetição de genocídios e atrocidades em massa no século XXI demonstra que muitos dos desafios estruturais e políticos que impediram uma resposta eficaz no Ruanda ainda persistem.

A hesitação em usar o termo "genocídio" e a relutância em intervir por motivos políticos, económicos e estratégicos continuam a comprometer a capacidade da comunidade internacional para prevenir e responder eficazmente a tais crises.

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